Durante participação no podcast BarbaCast, no Youtube, a atriz Duda Wendling, que fez parte do elendo da novela Cúmplices de um Resgate (2015), do SBT, acusou a emissora de abafar supostos casos de pedofilia envolvendo funcionários da empresa nos bastidores da trama.
De acordo com relato de Duda, o preparador de atores Beto Silveira, que morreu no mês passado, e um produtor teriam sido presos após denúncias de pais de mães dos artistas mirins.
"Dentro do SBT, na época que eu trabalhava lá, tinham dois pedófilos. Um era o nosso preparador de elenco, pra vocês terem noção de como era o lugar. Ele morreu há um mês, estava passando por uma doença. Não lembro se era câncer, então não tenho 100% de certeza para falar. Ele já estava em prisão domiciliar e morreu tem um mês. Então já é 'suave' de falar", afirmou ela.
Ela ainda relatou um dos momentos em que o preparador de elenco teria cometido os abusos: "Um exercício [da preparação de elenco] que eu mencionei que tinha que ficar de olhos fechados, era o momento em que tinha mais relatos de que ele mexia com as crianças, tocava nas partes íntimas, tocava nas partes íntimas das crianças".
"Ele tinha uma academia de atores chamada Beto Silveira, que hoje não tem mais esse nome porque não vai manter um nome de um pedófilo. Várias pessoas começaram a denunciar e ele foi preso", disse a atriz, explicando ainda o momento que Silveira foi afastado da emissora após as denúncias de pedofilia.
Duda diz que ficou sabendo das acusações de pedofilia após afastamento do profissional. "Na segunda-feira, ela [uma funcionária da emissora] fez uma reunião com todo mundo e falou que o Beto não estaria mais conosco e que ele não seria mais o nosso preparador de elenco. E aí todo mundo chorou, menos eu. Minha mãe até perguntou se estava tudo bem e eu disse que estava. Dois dias depois uma amiga da minha mãe mandou o processo [pelo crime de pedofilia] para ela. [Minha mãe] chegou para conversar comigo e perguntou se ele já tinha tentado alguma coisa e por isso eu não chorei [com a saída dele]. E eu falei que não, porque de fato ele nunca tinha tentado nada". No entanto, a atriz diz que um produtor da emissora 'roubou um selinho dela', na época em que ela fazia parte do elenco da novela.
Durante a entrevista, a atriz disse ainda que a mãe dela entrou em contato com a psicóloga da emissora. "A minha mãe foi até a psicóloga [do SBT] perguntar se era verdade [os casos de pedofilia] e ela disse que não, e que se minha mãe ficasse espalhando e apavorando outros pais, eu iria ser mandada embora da novela. Obviamente, calei minha boca", disparou ela.
Em nota enviada ao Metrópoles, a assessoria da emissora afirmou que as acusações são "totalmente infundadas" e que tomará medidas cabíveis contra a atriz.
"O SBT tomou conhecimento hoje da entrevista da atriz mirim Duda Wendling e de sua mãe a um podcast, e vem esclarecer que as situações retratadas que, supostamente envolvem a emissora, são totalmente infundadas.. A emissora condena com severidade qualquer tipo de assédio e comportamento abusivo e mantém canais de denúncias voltados para seus colaboradores, e tomará as medidas cabíveis".
O governador Rui Costa anunciou, na noite desta terça-feira (19), a abertura do período de inscrições para o edital de apoio aos municípios baianos na realização de festejos juninos. O gestor usou as redes sociais para fazer o anúncio. "Depois de 2 anos sem festas juninas, estamos disponibilizando recursos para a realização de eventos em todo o estado. Vamos movimentar a economia e a geração de renda nos municípios, além de acabar com a saudade dessa tradição", escreveu Rui em suas redes sociais.
De acordo com o que foi divulgado pelo governo estadual, o edital de seleção pública para a Celebração de Convênios de Cooperação Técnica e Financeira para a Viabilização do São João da Bahia e demais Festas Juninas foi lançado por meio da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa).
Os gestores municipais interessados têm até 3 de maio para levar a documentação, presencialmente, na sede da Bahiatursa, de segunda a sexta, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h, no Protocolo Central, na 3ª Avenida, nº 390, Plataforma IV, térreo, Centro Administrativo da Bahia (CAB). O texto com os detalhes sobre o assunto será publicado no Diário Oficial do Estado, na edição desta quarta-feira (20). O edital engloba eventos a serem realizados de 1º de junho a 2 de julho de 2022.
Ainda de acordo com o governo, a comissão de avaliação, composta de servidores especialmente designados, selecionará até 145 projetos que poderão ser contemplados com o aporte de recursos financeiros. Serão adotados para a seleção critérios como justificativa turística, presença de manifestações culturais tradicionais das festas juninas e estrutura receptiva do município.
Entre os outros pontos observados para a seleção das cidades estão: inovação da oferta de atrativos e serviços turísticos no município ou território; geração de fluxo turístico; integração da economia local ou territorial com a atividade turística e preservação da identidade cultural e natural local como atrativo turístico.
Na capital, os festejos juninos acontecem de 23 de junho a 2 de julho, em Paripe, no Pelourinho e no Parque de Exposições, este último é a novidade de 2022. Estakazero, Targino Gondim, Adelmario Coelho, Juliette, Flavio José, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, João Gomes, Safadão e Solange Almeida já estão confirmados na festa promovida pelo Governo do Estado.
Os festejos começam com o tradicional campeonato de quadrilhas em Periperi, de 16 a 19 de junho. No dia 23, a programação musical será aberta nos três locais: Paripe, Pelourinho e Parque de Exposições. No palco do subúrbio, a festa acontece em dois dias, finalizando no dia 24; já no Centro Histórico e no Parque de Exposições, a animação segue até o dia 26 de junho.
A cantora Daniela Mercury vai processar o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) após o parlamentar publicar – e apagar – um vídeo nas redes sociais onde a cantora é acusada de ter dito que Jesus Cristo era gay. Na madrugada desta terça-feira, 12, a artista postou em suas redes sociais as frases: "Fake News é crime. Aos criminosos, a lei!".
O vídeo postado pelo deputado no dia 06 de abril era uma montagem com falas da artista durante uma apresentação e se referia ao cantor Renato Russo. Na legenda da publicação, o parlamentar disse que os insultos seriam provocados por causa de “abstinência” da Lei Rouanet.
“Cuidado! Cenas fortes. Efeitos colaterais de abstinência da Lei Rouanet. A que ponto a pessoa contaminada chega... Deus tenha misericórdia deles. Eles não sabem o que fazer”, diz a publicação do deputado.
No primeiro trecho do vídeo Daniela aparece falando, em tom de desabafo: “Está chato para c... esse país”.
Em seguida, depois de um corte, Daniela diz: “Era Jesus Cristo, sim”. Logo após, depois de mais um corte e com uma música do Legião Urbana ao fundo, as imagens mostram a cantora dizendo: “Era gay, gay, muito gay! Muito bicha, muito viado, sim”.
O g1 entrou em contato com a defesa de Daniela Mercury para ter mais detalhes sobre a abertura do processo, mas não obteve resposta. Sua assessoria, no entanto, confirmou que o caso será judicializado.
O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou nesta segunda-feira (11), que o estado vai ter festas de São João em 2022. O anúncio foi feito nas redes sociais do gestor.
Ainda na publicação, Rui Costa afirmou que o governo vai ajudar as prefeituras das cidades baianas para realizar as festas.
Antes do anúncio oficial do governador do estado, diversas cidades em todas as regiões da Bahia já tinham confirmado a realização das festas juninas neste ano, depois de dois anos sem as celebrações por causa da pandemia de Covid-19.
Desde eventos anunciados pelas prefeituras até festas privadas, a temporada é de grande expectativa para quem pretende curtir os festejos no interior do estado.
No dia 30 de março, Rui Costa anunciou que a Secretaria de Turismo do estado já começou a planejar a realização de festas durante o período junino em todo estado em parcerias com as prefeituras.
Com a queda dos números da Covid-19, o avanço na vacinação, e a autorização para a realização das festas, os municípios pretendem investir nas programações. Jequié, por exemplo, na região sudoeste, terá 13 dias de celebração.
Will Smith foi proibido de ir a todos os eventos organizados pela Academia de Hollywood, incluindo o Oscar, por 10 anos.
A decisão foi tomada nesta sexta-feira (8) pelos diretores da instituição, como punição pelo tapa que ele deu em Chris Rock na premiação de 2022. O ator já havia renunciado como membro da Academia.
A proibição diz respeito à presença nos eventos. A decisão não impede que Will Smith seja indicado ao prêmio neste período e nem tira a estatueta que ele ganhou de melhor ator em 2022.
"Eu aceito e respeito a decisão da Academia", disse Will Smith em comunicado enviado a veículos de imprensa dos EUA.
Após uma semana da maior premiação do cinema, 94ª cerimônia do Oscar ser marcada pelo tapa de Will Smith no comediante Chris Rock, o ator resolveu se internar em uma clínica de reabilitação de luxo frequentada por diversos ricos e famosos nos Estados Unidos, segundo o The Sun.
De acordo com o jornal britânico, o ator, que levou a estatueta de Melhor Ator por sua atuação em 'King Richard: Criando Campeãs', se internará para lidar com a grande rejeição que vem sofrendo pelo seu ato de violência no palco da premiação.
Vale lembrar que ator não gostou de ver o nome de sua esposa, Jada Pinkett-Smith, que sofre de alopecia, ter seu envolvido em uma piada sobre seu cabelo raspado.
Dois dias após o ocorrido, ator veio por meio das redes sociais pedir desculpas por sua atitude violenta:
"Minhas ações na apresentação Oscar foram chocantes, dolorosas e imperdoáveis. A lista daqueles que machuquei é longa e inclui Chris, sua família, muitos dos meus queridos amigos", resumiu ele, que resolveu renunciar e não ser mais membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
Will Smith anunciou nesta sexta-feira (1º) que renuncia como membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. A decisão foi tomada por causa do tapa dado pelo ator no comediante Chris Rock no Oscar 2022, neste domingo (27).
"Respondi diretamente ao aviso de audiência disciplinar da Academia e aceitarei integralmente todas e quaisquer consequências por minha conduta. Minhas ações na apresentação do 94º Oscar foram chocantes, dolorosas e imperdoáveis. A lista daqueles que machuquei é longa e inclui Chris (Rock), sua família, muitos de meus queridos amigos e entes queridos, todos os presentes e o público global em casa", afirmou o ator em comunicado enviado à revista "Variety".
"Eu traí a confiança da Academia. Privei outros indicados e vencedores de sua oportunidade de celebrar e ser celebrado por seu trabalho extraordinário. Estou de coração partido. Quero colocar o foco de volta naqueles que merecem atenção por suas realizações e permitir que a Academia volte ao incrível trabalho que faz para apoiar a criatividade e a arte no cinema. Portanto, estou me renunciando da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e aceitarei quaisquer outras consequências que o Conselho julgar apropriadas. A mudança leva tempo e estou comprometido em fazer o trabalho para garantir que nunca mais permita que a violência ultrapasse a razão."
A renúncia significa que o ator não vai mais poder participar do processo de votação do Oscar, mas ele ainda pode ser indicado, já que não é necessário ser membro da Academia para concorrer.
"Recebemos e aceitamos a renúncia imediata do senhor Will Smith da Academia", afirmou a instituição em comunicado à revista "Hollywood Reporter". "Vamos continuar com nossos procedimentos disciplinares contra o senhor Smith por violações dos Padrões de conduta da Academia, antes da nossa próxima reunião de conselho no dia 18 de abril."
Desde a premiação, na qual Will ganhou o Oscar de melhor ator por "King Richard: Criando campeãs", a entidade abriu processo disciplinar contra o ator, que poderia ter sido expulso, suspenso ou sofrido outro tipo de punição.
A família de Bruce Willis anunciou nesta quarta-feira (30) que o ator de 67 anos vai se aposentar da atuação após um diagnóstico de afasia, um distúrbio de linguagem que afeta a capacidade de comunicação.
"Aos incríveis apoiadores de Bruce, como família queremos compartilhar que nosso amado Bruce está passando por problemas de saúde e foi diagnosticado recentemente com afasia, que está impactando suas habilidades cognitivas", diz o comunicado.
"Como resultado disso, e após muita análise, Bruce está saindo da carreira que significou tanto para ele", informa a família.
"Este é um tempo desafiador para nossa família e nós agradecemos o amor compaixão e apoio contínos de vocês. Nós estamos passando por isso como uma unidade familiar forte, e queremos trazer os fãs porque sabemos o quanto ele significa para vocês, assim como vocês significam para ele", também diz o comunicado.
Bruce Willis começou a carreira nos anos 80, e explodiu no cinema como o astro da série de filmes de ação "Duro de matar", que teve o primeiro lançamento em 1988. Ele também ficou muito conhecido em filmes como "Sexto sentido" e "Pulp Fiction".
O ator norte-americano ganhou dois Emmys, pela série "A gata e o rato", em 1987, sucesso da TV dos EUA, e uma participação em "Friends", em 2000.
Rumer Willis, uma das filhas do ator, divulgou o comunicado no Instagram.
"No ritmo do coração" se sagrou como o grande vencedor do Oscar 2022 neste domingo (27), levando os três prêmios aos quais tinha sido indicado (filme, ator coadjuvante e roteiro adaptado).
"Duna" ganhou o maior número de troféus: seis no total (de dez indicações). "Ataque dos cães", o mais indicado da noite, com 12, levou apenas o Oscar de melhor direção de Jane Campion.
Veja a lista de vencedores (em negrito):
Melhor filme
"Belfast"
"Não olhe para cima"
"Duna"
"Licorice pizza"
"Ataque dos cães"
"No ritmo do coração" (vencedor)
"Drive my car"
"King Richard: criando campeãs"
"O beco do pesadelo"
"Amor, sublime amor"
Melhor atriz
Jessica Chastain - "Os olhos de Tammy Faye" (vencedor)
Olivia Colman - "A filha perdida"
Penélope Cruz - "Mães paralelas"
Nicole Kidman - "Apresentando os Ricardos"
Kristen Stewart - "Spencer"
Melhor ator
Javier Bardem - "Apresentando os Ricardos"
Benedict Cumberbatch - "Ataque dos cães"
Andrew Garfield - "Tick, tick... Boom!"
Will Smith - "King Richard: criando campeãs" (vencedor)
Denzel Washington - "A tragédia de Macbeth"
Melhor direção
Kenneth Branagh - "Belfast"
Hamaguchi Ryusuke - "Drive my car"
Jane Campion - "Ataque dos cães" (vencedor)
Steven Spielberg - "Amor, sublime amor"
Paul Thomas Anderson - "Licorice Pizza"
Canção original
"Be Alive" - "King Richard: criando campeãs"
"Dos Oruguitas" - "Encanto"
"Down To Joy" - "Belfast"
"No time to die" - "Sem tempo para morrer" (vencedor)
"Somehow you do" -"Four good days"
Melhor documentário
"Ascension"
"Attica"
"Flee"
"Summer of Soul (...ou Quando A Revolução Não Pôde Ser Televisionada)" (vencedor)
Internado por causa de complicações da Covid-19 há quase um mês, o cantor e compositor Elomar Figueira deixou a UTI do Hospital Samur, em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.
Elomar foi extubado no domingo (13). A assessoria do cantor não detalhou a data da alta na Unidade de Tratamento Intensivo. Apesar da saída da UTI, Elomar segue na unidade hospitalar para acompanhamento clínico, além de fisioterapia respiratória e motora.
De acordo com o boletim médico, o artista está lúcido, evolui sem intercorrências, segue em respiração espontânea e mantém boa evolução clínica. Ainda não há previsão de alta médica.
Elomar deu entrada no hospital no dia 21 de fevereiro com um quadro clínico estável. Ele havia tomado a dose única de vacina da Janssen contra a Covid-19, mas ainda não havia retornado ao posto para receber o reforço do imunizante.
Na noite do dia 23 de fevereiro, ele teve uma piora no quadro de saúde e foi intubado. No dia 3 de março, o artista apresentou melhora e equipe médica iniciou o processo de extubação. Porém, no último sábado (5), cantor precisou ser intubado novamente. Uma semana depois a equipe médica reiniciou a retirada gradativa da ventilação mecânica até a extubação completa no domingo.
Foto: Reprodução / Marcello Casal / Agência Brasil
O secretário Especial da Cultura no governo de Jair Bolsonaro, Mário Frias, está dificultando o acesso de produtores culturais a verba da lei de incentivo a cultura.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, produtores culturais se queixam do secretário estar intencionalmente impedindo a renovação da proposta que permite a autorização de projetos inscritos na Lei Rouanet.
As empresas tem até dois anos para conseguir a verba de patrocínio, quando um projeto é habilitado para ter o financiamento através da lei.
Um dos últimos pronunciamentos de Frias nas redes sociais, foi afirmando que "não permitir despejo de lixo cultural abre espaço para quem produz algo decente de ser notado".
Silvio Santos busca um comprador para o SBT. De acordo com o site Notícias da TV, o dono do baú quer passar a emissora para frente, mas está com dificuldades de encontrar alguém interessado em investir o valor bilionário na empresa.
Segundo a publicação, o veterano autorizou dos representantes a iniciarem o processo de venda da emissora, mas a preocupação é o valor "astronômico", R$ 1 bilhão.
O SBT é o Silvio Santos. O Silvio quer R$ 1 bilhão para vender a TV. Mas quanto vale o SBT sem o Silvio e sem as empresas do grupo que anunciam no canal? O modelo de negócios foi montado para vender os produtos de Silvio", afirmou um especialista que ouviu a proposta da emissora.
Além do valor, outro empecilho seria a instabilidade política do país. O site afirma que o representante teria oferecido um valor menor ao original e acabou recebendo um não pela questão política.
Na última semana, o comediante Carlos Alberto de Nóbrega chegou a afirmar que não acredita no retorno de Silvio para a emissora. "Silvio Santos não volta mais para trabalhar", disse em entrevista ao Planeta Podcast.
Em meio a acusações de censura a artistas brasileiros, a gestão Mario Frias, que chefia a Cultura no governo Bolsonaro, foi convocada para uma audiência da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão independente da OEA (Organização dos Estados Americanos), na tentativa buscar identificar se há cerceamento de liberdade artística e cultural no Brasil.
Durante a reunião, o governo Bolsonaro tergiversou e não esclareceu uma série de pontos polêmicos que motivaram a audiência --tais como o cancelamento de um edital com séries de temática LGBTQIA+ em 2019, a proibição de linguagem neutra em projetos da Lei Rouanet, a censura biografias de lideranças negras históricas no site da Fundação Palmares, entre outros.
A audiência foi pedida pelo Mobile (Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística), que é formado pelas organizações Artigo 19, 342 Artes, LAUT, Rede Liberdade, Mídia Ninja, Movimento Artigo Quinto e Samambaia Filantropias.
O Mobile pede que a CIDH faça monitoramento constante da situação atual da liberdade de expressão artística no Brasil, realize uma visita oficial ao país e faça relatórios sobre liberdade cultural, questione formalmente o Estado brasileiro acerca de denúncias de violações de direitos e liberdades e adote medidas cabíveis para proteger artistas e agentes cultuais ameaçados.
No tempo destinado à sua exposição inicial, membros do governo federal evitaram falar de casos específicos e optaram por frases como "o Brasil é um país onde reina o império da liberdade" e citar trechos da Constituição e acordos internacionais que, no papel, garantem a liberdade de expressão artística.
Na reunião, representantes da sociedade civil optaram por trazer acusações de censura --como Wagner Moura, diretor de "Marighella", e Thiago Tao, organizador do festival de jazz que foi reprovado por parecer técnico que citou Deus.
Já o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciuncula, iniciou sua exposição dizendo que a cultura "é a pedra angular onde o exercício da civilização é brotado e germinado", além de soltar frases como "a cultura é como uma heráldica mística sagrada tremulando" e que a cultura, "esse algo místico, esse algo indescritível, que pertence tão peculiarmente ao nosso povo, consegue se expor e se maravilhar nessa coisa fantástica que chamamos de comunidade".
Porciuncula então afirmou que, quando a gestão Mario Frias chegou ao governo, havia "uma superconcentração de verbas, em que 10% das grandes empresas do Brasil abocanhavam 80% dos recursos públicos" e que a equipe empreendeu medidas de descentralização e "retirada de mecanismos de fomento dessa pequena elite".
Entre as ações do governo, o secretário disse que Lei Rouanet, de renúncia fiscal, bateu recordes em termos de investimentos, e também citou a Lei Aldir Blanc, de auxílio emergencial ao setor cultural em meio à pandemia, um projeto de lei que veio da oposição.
Na réplica dos representantes da sociedade civil, o professor de direito Conrado Hübner disse: "eu pessoalmente, e tantos outros, não estou vivendo o 'império da liberdade'".
"Infelizmente o Estado não enfrentou os argumentos aqui tratados, não deu explicações sobre violações e, assim, desrespeitou esta comissão, a comunidade artística e o público. O Estado adotou uma trajetória retórica diversionista. Lembra muito, com todo respeito, a postura do governo brasileiro nos anos 1970, no ápice da ditadura militar."
Hübner também acusou os representantes do governo presentes na audiência de distorção de fatos e números e negacionismo. O professor, então, pediu que o governo usasse sua tréplica para explicar episódios como os do edital para obras audiovisuais LGBTQIA+ que foi cancelado, a censura de biografias de personalidade negras na Palmares, o pedido de investigação do cartunista Renato Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat por divulgação de charge que associava Bolsonaro a uma suástica nazista, além da proibição de linguagem neutra em projetos da Lei Rouanet.
O gestor cultural Guilherme Varella, também representante da sociedade civil afirmou que "hoje, a censura está travestida de expedientes administrativos, não é uma censura escancarada". "Mas é uma censura que encontra formas de fazer com que os artistas não possam expor livremente a sua arte e que as instituições não possam amparar e dar apoio público aos artistas", continuou.
Porciuncula não respondeu diretamente aos questionamentos de Hübner e disse que o que os críticos tentam chamar de censura são na verdade "meras regras burocráticas".
O policial militar que comanda as decisões sobre a Rouanet se defendeu de críticas à Fundação Palmares destacando que o presidente, Sérgio Camargo, é negro. Disse ainda que a população brasileira é "muito miscigenada e que não há na sua carga cultural esses valores racistas institucionais". "Nunca presenciamos no Brasil apartheid, nunca presenciamos nenhum tipo de segregação relacionada a nossa cor de pele."
Sobre o festival de jazz na Bahia recebeu sinal vermelho para captar recursos via Lei Rouanet, em parecer carregado de referências religiosas, Porciuncula afirmou que citação de Johann Sebastian Bach --"o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma"--era um argumento periférico, secundário.
Segundo ele, o festival de jazz é um evento político, e não cultural, por ter afirmado ser antifascista em suas redes sociais --e que por isso não poderia ser enquadrado na Lei Rouanet.
Porciuncula relacionou o fato de o governo Bolsonaro ter acabado com o Ministério da Cultura ----e tê-lo transformado em uma secretaria subordinada ao Ministério do Turismo-- a um compromisso do governo Bolsonaro com austeridade econômica. "Isso não é um rebaixamento do status da cultura, é apenas uma facilitação do processo de gestão burocrática", afirmou.
O cantor Gilberto Gil foi eleito para a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras nesta quinta-feira, 11. O artista venceu com 21 votos. Também concorreram o poeta Salgado Maranhão, que recebeu 7 votos, e crítico literário Ricardo Daunt, que não recebeu votos. “Muito feliz em ser eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. Obrigado a todos pela torcida e obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha”, escreveu Gilberto Gil no Twitter. Participaram da eleição 34 acadêmicos de forma presencial ou virtual, sendo que um deles não votou por motivo de saúde. O cantor deve assumir o posto em 2022, no lugar do acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho, que morreu em maio de 2020. ”Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo. Nós o recebemos com afeto e alegria”, declarou o Presidente da ABL, Acadêmico Marco Lucchesi. Os ocupantes anteriores da cadeira 20 foram Salvador de Mendonça, o fundador – que escolheu como patrono Joaquim Manuel de Macedo – Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares. Na semana passada, Fernanda Montenegro foi eleita para a cadeira 17 e se tornou a nova imortal da Academia Brasileira de Letras.
Rima e improviso são as principais marcas do Repente. A manifestação artística que faz parte da identidade da região Nordeste foi reconhecida como patrimônio cultural do Brasil nesta quinta-feira (11) durante reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O pedido de registro da cantoria foi formalizado em 2013 pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno.
Desde então, o Iphan iniciou o processo de registro, que inclui a descrição da arte e a documentação, inclusive com registro audiovisual, formando um dossiê.
"Recentemente, o cordel, que é nossa arte irmã, também foi reconhecido e a gente viu os benefícios. O cordel hoje está na televisão, nos programas de rádio, nas novelas, nas escolas com as crianças, e o repente vai ganhar esses espaços também", comemora o repentista potiguar Felipe Pereira, de 25 anos, que começou na arte ainda na adolescência.
Ele explica que o repente conta com diferentes estilos e sobrevive na cantoria de violeiros, no embolado feito com pandeiro - caso da dupla Caju e Castanha - nas mesas de glosas e até mesmo no aboio do vaqueiro no sertão.