Ibuprofeno e diclofenaco elevam em mais de 30% risco de infarto, diz estudo

  • Uol
  • 28 Mar 2017
  • 20:12h

(Foto: Reprodução)

Remédios muito utilizados contra dores e inflamações e que podem ser comprados sem a necessidade de receita médica podem aumentar o risco de ataque cardíaco. O mais novo estudo alertando para esse efeito adverso mostra que o diclofenaco e o ibuprofeno elevam o risco de quem usa as pílulas sofrer uma parada cardíaca em 51% e 31%, respectivamente. Os resultados corroboram outras pesquisas que há anos associam o uso de antiinflamatórios não esteroides --conhecidos como Aines-- com maior chance de infarto. O aumento do risco é grave para aqueles que já têm alguma doença cardiovascular, como hipertensão. No Brasil, as bulas desses remédios já alertam para a necessidade de cuidados e acompanhamento médico para esses pacientes ao ingerirem os medicamentos (veja abaixo), além de restringirem a quantidade. De acordo com a pesquisa, publicada no European Heart Journal, todos os Aines existentes no mercado elevam o risco de problemas cardíacos . 

Os pesquisadores chamam a atenção para o fato de esses remédios ficarem expostos nas prateleiras e balcões das farmácias, podendo ser adquiridos sem orientação médica nenhuma. Em alguns países, as pílulas chegam a ser vendidas em supermercados e postos de gasolina. "Permitir que esses medicamentos sejam adquiridos sem receita médica e sem qualquer conselho ou restrição envia uma mensagem ao público de que eles são seguros", afirma Gunnar Gislason, professor da Universidade de Copenhague e coautor do estudo, em uma nota da Sociedade Europeia de Cardiologia. Em setembro do ano passado, um estudo no British Medical Journal já alertava sobre o aumento do risco de insuficiência cardíaca a que os Aines estavam associados. No caso do ibuprofeno, o limite máximo que garantiria um uso seguro é de 1.200 mg por dia, diz o estudo. A explicação para esse efeito colateral causado pelos Aine estaria na agregação das plaquetas no sangue. Esse efeito dos remédios pode levar à formação de coágulos, além de estreitar as artérias e aumentar a retenção de líquidos e a pressão arterial.