Cardozo chora após encerrar defesa: 'Condenação de Dilma seria 'uma pena de morte política'

  • 30 Ago 2016
  • 14:14h

O ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma Rousseff, faz a defesa da presidente afastada no julgamento do processo de impeachment no Senado Federal, em Brasília (Foto: André Dusek/Estadão C

Advogado de Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo afirmou que a condenação da presidente afastada no julgamento do processo de impeachment seria "uma pena de morte política" e "uma execração". Nesta terça-feira (30), ele fez no Senado a defesa da presidente afastada e disse que a acusação recorre a "pretextos" para condenar Dilma, cometendo um "assassinato de reputação". Cardozo chorou ao deixar o plenário. Antes dele, haviam discursado a advogada de acusação, Janaína Paschoal, que também chorou (assista). A acusação teve ainda pronuncioamento do advogado Miguel Reale Júnior. Afirmou ainda daqui a um tempo ninguém se lembrará "do que Dilma é acusada". 

"O que dirão?", perguntou, antes de responder: "Ela foi acusada porque ousou ganhar uma eleição afrontando interesses daqueles que queriam mudar os fumos do país. Ela foi condenada porque ela ousou não impedir que investigações contra corrupção no Brasil não tivessem continuidade". No final do discurso em plenário, o advogado disse esperar que, no futuro, algum ministro da Justiça peça desculpas à presidente afastada, caso ela seja condenada. "Peço a Deus que, se Dilma for condenada, um novo ministro da Justiça, tenha a dignidade de pedir desculpas a ela; se viva, a ela; se morta, a sua filha e seus netos. Que a história absolva Dilma Rouseff se vossas excelências quiserem condená-las. Mas, se quiserem fazer justiça aos que sofreram violência de estado, julguem pela justiça. Não aceitem que nosso país sofra um golpe parlamentar. Para que Dilma não sofra a pena de morte política", repetiu. Aos senadores, concluiu: "Julguem pela justiça, julguem pelo estado de direito, julgem pela democracia".