Após surto de zika, busca por pílulas abortivas dobra no Brasil

  • 27 Jun 2016
  • 18:03h

(Foto: Reprodução)

O grande número de bebês nascidos com microcefalia e outras doenças congênitas levou a um aumento da procura por pílulas abortivas disponibilizadas na internet por uma agência de assistência internacional sem fins lucrativos. Os dados são do primeiro estudo a medir a reação de mulheres grávidas aos alertas do Zika em países com aborto limitado ou proibido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente sugeriu que casais que vivem em áreas de transmissão considerem adiar gestações. "Quando você emite esse tipo de conselho, mas não os relaciona com caminhos para cuidados seguros e legais, cria uma situação realmente difícil para as mulheres", afirmou Abigail Aiken, co-autora do estudo e especialista em saúde reprodutiva da Universidade do Texas, EUA. Segundo o jornal O Globo, os pesquisadores analisaram solicitações de aborto do grupo Women on Web, organização que proporciona acesso aos medicamentos abortivos mifepristona e misoprostol, além de consultas online para mulheres de países onde o aborto legal é limitado. Foram comparados os pedidos de aborto realizados após 17 de novembro de 2015, quando a região recebeu o alerta, com pedidos já esperados. Em sete de oito países onde o Zika circula houve um aumento significativo. Entre novembro de 2015 e março de 2016, os pedidos dobraram no Brasil. Aumentaram também em El Salvador (35,6%), Costa Rica (36,1%), Colômbia (38,7%), Honduras (75,7%), Venezuela (93,3%) e Equador (107,7%).