Com cena política melhor, câmbio pode voltar para níveis mais baixos

  • Estadão Conteúdo
  • 27 Jun 2016
  • 06:38h

(Reprodução)

À medida que a situação política brasileira for melhorando, o câmbio pode registrar recuos significativos, segundo avaliação do ex-diretor do Banco Central e economista-chefe do Brasil Plural, Mário Mesquita. “Como a sinalização mais recente do Federal Reserve é de que a elevação dos juros vai ser ainda mais lenta do que se esperava, e a gente não vê um ‘crash’ na China, se a situação política aqui for melhorando a tendência é do real se fortalecer perante o dólar”, comentou em entrevista para o programa “Entre Nós”, da TV Estadão. Mesquita disse acreditar que o Banco Central, agora sob o comando de Ilan Goldfajn, vai gradativamente zerar seu estoque de swaps cambiais, atualmente em cerca de US$ 62 bilhões, o que pode retardar um pouco o processo de valorização do real. Mesmo assim, questionado sobre os investimentos que está fazendo como pessoa física, ele citou em primeiro lugar a posição comprada em real ante dólar. O economista disse que o Brasil passa por um momento de transição, provavelmente chegando ao fundo do poço da recessão mais intensa da história e começando a vislumbrar sinais de recuperação. Ele comentou que a transição também ocorre na gestão da economia, com uma equipe econômica que atribui ao setor privado preeminência na condução do movimento econômico. Outra transição é na política fiscal, que nos últimos anos se baseou no aumento de impostos e agora, sob o comando de Henrique Meirelles, busca a estabilização das contas públicas por meio do controle de gastos. “Meirelles se notabilizou ao longo de sua carreira pela capacidade de montar grandes equipes, e desta vez não foi diferente. Ele tem um time excepcional no Ministério da Fazenda e fez uma escolha muito feliz para o Banco Central. Não vai ser por falta de talento e capacidade de trabalho da equipe econômica que o governo vai ter problemas. Se houver problemas, será pela falta de apoio político”, comentou.