Quadrilha formada por policiais militares é desarticulada na Bahia

  • 30 Out 2015
  • 17:24h

Investigações revelaram que quadrilha era envolvida em extorsões Montagem R7 BA

Uma investigação deflagrada nas últimas semanas pelo DCCP (Departamento de Crimes Contra o Patrimônio) da Polícia Civil desarticulou, nesta quarta-feira (28), em Salvador, uma quadrilha envolvida em extorsões, integrada por seis pessoas, dentre as quais três policiais militares da ativa, um ex-policial, um comerciante e um mototaxista. Segundo a Polícia Civil, os dois últimos criminosos atuavam como ‘X-9’, termo pejorativo usado como sinônimo para informante. A Polícia Militar afirmou que repudia os delitos cometidos pelos soldados Lúcio Ferreira de Jesus, Maurício Santos Santana e Clovis de Miranda Silva e informa que eles irão responder até a última instância na esfera administrativa.  Lúcio, 35 anos, lotado na Rondesp (Rondas Especiais Central), Maurício, 34, da 39ª CIPM (Companhia Independente da Políca Militar da Boca do Rio), e Clovis, 33, da 23ª CIPM/Tancredo Neves, além do soldado Danilo Pereira Silva, 30, ex-policial, foram presos em pontos diferentes da cidade e encaminhados à sede da Polícia Civil, onde prestaram depoimento e posteriormente levados para o Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador.

 

Já o comerciante Clemílson Meira Santos, 25, e o mototaxista José Vitor Pires de Novaes, 29, se encontram recolhidos nas carceragens das DRFR (Delegacia de Repressão e Furtos e Roubos), na Baixa do Fiscal, e DRFRV (Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), nas dependências do Detran.

Apreensões

Com a quadrilha, as equipes do DCCP apreenderam cinco armas (dois revólveres 38, duas pistolas 380 e uma pistola ponto 40, de uso da PM), além de munições para diversos calibres. Foram ainda apreendidos R$ 4 mil, uma motocicleta, dois automóveis Gol, placas, registros do Detran, coletes antibalísticos, balaclavas, fardas das Forças Armadas, bonés, facas, celulares, algemas e roupas. Também participaram da captura dos criminosos policiais da COE (Coordenação de Operações Especiais) da Polícia Civil. Há cerca de um mês, cruzando dados estatísticos de diversas unidades territoriais e especializadas, a Polícia Civil observou que havia aumentado, nos últimos meses, o número de ocorrências envolvendo sequestro mediante extorsão ou chantagem praticadas por pessoas que se identificavam como policiais. Pelos depoimentos das vítimas, a maneira de agir da quadrilha era sempre a mesma e a descrição física dos criminosos muito semelhante. Outro detalhe que chamou a atenção dos policiais que fizeram o trabalho foi o fato de que os alvos terem o mesmo perfil: parentes de traficantes sequestrados em troca do pagamento de resgate ou pessoas com problemas com a Justiça. Os bandidos exigiam algum tipo de pagamento em dinheiro ou bens (carros e motocicletas), para mantê-los longe de novos problemas com a polícia. O diretor do DCCP, delegado Moisés Damasceno, explicou que os policiais escolhiam estes alvos, acreditando que, por serem pessoas com atividades ilícitas ou processadas no passado por algum tipo de crime, jamais procurariam a polícia para denunciá-los. Damasceno disse também que a quadrilha agia com muita violência e, apesar de formada em parte por policiais militares, se apresentava sempre como integrantes da Polícia Civil. Até mesmo os dois ‘X-9’, cuja função era receber os pagamentos exigidos, assim agiam.    


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