Botafogo: Para especialistas, clube vive processo irreversível de falência

  • Extra
  • 31 Jul 2014
  • 07:23h

Maurício Assumpção em coletiva: presidente não consegue evitar caos financeiro no clube Foto: Alexandre Cassiano / O Globo

Não fosse um clube de futebol e o Botafogo já teria fechado as portas. Por mais forte e preocupante que pareça a afirmação, a análise de economistas reflete a grave crise financeira que domina o Alvinegro. Mais do que os quase R$ 700 milhões de dívidas, valor relativo a 2013, o clube tem pouco poder de arrecadação (R$ 154,4 milhões brutos no ano passado) e compromete somente em dívidas trabalhistas 5% a mais do que consegue arrecadar. Numa análise técnica da situação, o Botafogo é, hoje, um clube falido, sem condições de inverter a situação. — Se fosse uma empresa comum, seria considerada falida. A capacidade de gerar receitas e ter lucro é insuficiente para equilibrar a situação — decreta Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec do Rio. O professor vai além. Gilberto acredita que nem mesmo a renegociação das dívidas com o Governo é capaz de solucionar o problema. Para ele, o fato de a dívida ter saltado de R$ 237 milhões em 2008 para os atuais R$ 698 milhões reflete um erro na forma de gestão. — Não é possível imaginar que uma dívida que era inferior a R$ 300 milhões não foi resolvida e agora será. O perdão da dívida seria a solução. A parte do Governo pode ser facilitada, mas e o resto? — argumenta Gilberto. Consultor de marketing esportivo, Amir Somoggi vê os mesmos problemas apontados pelo economista e acrescenta algo que considera fundamental na luta dos clubes contra a crise financeira: a dificuldade de arrecadar mais. — O futebol do Botafogo teve prejuízo de R$ 80 milhões em 2013, o que é 70% a mais em relação ao ano anterior. E o clube não consegue deixar de ser médio em arrecadação. Há uma irresponsabilidade com custos e as receitas não são suficientes.


 


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