Febre Chikungunya poderá ser transmitida também pelo Aedes aegypti

  • Informações da Agência Estado
  • 10 Abr 2014
  • 09:23h

A febre chikungunya tem sintomas semelhantes aos da dengue (Foto: Reprodução)

Velho conhecido dos brasileiros, o Aedes aegypti pode se tornar transmissor de mais uma doença no País, além da dengue e da febre amarela. Pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz, publicada no Journal of Virology, mostra que os insetos que circulam por aqui têm alta capacidade para transmitir a febre chikungunya, provocada por vírus de mesmo nome que circula por 40 países e chegou recentemente ao Caribe. O trabalho, realizado em parceria com o Instituto Pasteur, mostrou que além do A. aegypti, o Aedes albopictus têm potencial elevado de disseminar a febre. A preocupação dos pesquisadores é maior com a proximidade da Copa do Mundo, com o aumento de turistas no País. A febre chikungunya tem sintomas semelhantes aos da dengue – dor de cabeça, febre alta, dor muscular. O que diferencia as doenças são as fortes dores nas articulações, que em alguns casos pode durar meses. O chikungunya também não provoca alterações sanguíneas, como queda de plaquetas, que leva à forma hemorrágica, no caso da dengue. Os pesquisadores começaram a investigar a transmissão do vírus depois que foram registrados os primeiros casos no Brasil, em São Paulo e no Rio, a partir de 2010. Os infectados haviam visitado a Indonésia, mas a doença não se espalhou pelo País. “Nos perguntamos se os nossos mosquitos, nas Américas, não eram suscetíveis. Fizemos o estudo com amostras de cepas isoladas na África, e em regiões dos oceanos Índico e Pacífico. Quando estávamos terminando o estudo – e concluímos o potencial de transmissão -, começou o surto nas ilhas francesas do Caribe”, afirmou o pesquisador do laboratório de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz, Ricardo Lourenço, que coordenou o estudo. “Estamos muito assustados de o vírus se espalhar pelo Brasil. Porque além de termos os mosquitos transmissores, temos uma população suscetível, que nunca teve contato com esses anticorpos”.

 


Comentários

    Nenhum comentário, seja o primeiro a enviar.