Cai a mortalidade por câncer de pulmão entre os homens, diz estudo

  • 30 Ago 2016
  • 20:07h

(Foto: Reprodução)

Depois de décadas de crescimento da mortalidade masculina por câncer de pulmão, levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostra que houve redução dessa taxa - o número de homens mortos em decorrência da doença passou de 18,5 por 100 mil habitantes para 16,3 por 100 mil, comparando-se os anos de 2005 e 2014. É a primeira vez que essa queda aparece nas pesquisas. Mas o mesmo fenômeno não se repete entre as mulheres. Nesse período, a taxa de mortalidade feminina passou de 7,7 para 8,8 em 100 mil habitantes. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29), em cerimônia de comemoração dos 30 anos do Dia Nacional de Combate ao Fumo, na Casa Brasil, na zona portuária. A redução da mortalidade masculina por câncer de pulmão está ligada a diminuição no número de fumantes no Brasil. 

Em 1989, 34,6% da população brasileira de 18 anos ou mais fumava. Essa proporção caiu para 14,7% em 2013. Mas enquanto o tabagismo se tornou "epidemia" entre os homens nas décadas de 1940 e 1950, isso só ocorreu entre as mulheres nos anos de 1970 e 1980. Como o câncer de pulmão é doença que leva 20 anos para se desenvolver, a mortalidade feminina ainda está sob impacto do aumento do consumo do cigarro a partir dos anos de 1970. A pesquisa Câncer de Pulmão - Tendências de Mortalidade e Fatores Associados à Sobrevida do Paciente do Inca, da epidemiologista Mirian Carvalho de Souza, mostra que na década de 1980 a mortalidade masculina por câncer de pulmão era de 14,8 por 100 mil habitantes. Estabilizou entre 1995 e 2005, quando chegou a 18,5 por 100 mil. E baixou para 16,3. Já entre as mulheres, essa taxa era de 4,4 por 100 mil em 1980. Foi a 7,7 por 100 mil em 2005; atingiu 8,8 em 2015; e não dá sinais de que vá estabilizar. O trabalho estabelece ainda a estimativa de vida do paciente com câncer de pulmão atendido no Inca. A probabilidade de o paciente estar vivo após cinco de acompanhamento médico, quando eles começaram o tratamento no estágio inicial, é de 25%. Enquanto para o estágio 4, o mais grave, quando o paciente já apresenta metástase, essa chance cai para 2,5%.


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