Brasil: Polícia prende ex-pastor suspeito de estuprar e transmitir HIV a filha

  • G1
  • 30 Jul 2016
  • 11:03h

Homem suspeito de estuprar a própria filha e transmitir HIV a ela, à esposa e a outras mulheres no DF (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta quarta-feira (27) um ex-presidiário e ex-pastor evangélico de 53 anos suspeito de estuprar a própria filha ao longo dos últimos nove anos. Segundo a corporação, o homem transmitiu o vírus HIV para a adolescente e para a mãe dela, e pode ainda ter infectado outras mulheres – ele sabia do diagnóstico, mas não usava preservativo nas relações. A adolescente tem 16 anos e, de acordo com a investigação, sofreu estupros constantes dentro da própria casa entre os 7 e os 10 anos, e novamente aos 14 anos de idade. Segundo o delegado-chefe de Proteção à Criança e ao Adolescente, Wisllei Salomão, o homem esperava a mãe das crianças sair de casa para praticar a violência. "Ela [a criança] narra com detalhes os abusos que aconteceram entre os 7 e os 10 anos. A conduta dele é muito típica. Ele tentava imputar a culpa à mãe da criança e oferecia balas e bombons [à vítima]", diz Salomão. No fim de maio, a jovem contou a uma amiga sobre os abusos e foi aconselhada a denunciar o caso à polícia. 

O teste de HIV foi feito na companhia da mãe, que também teria sido infectada pelo suspeito em 2006. Após o diagnóstico, a mulher confrontou o marido na presença dos filhos e conseguiu arrancar dele uma confissão de culpa. Segundo ela, ele admitiu que estuprou a filha e que mantinha relacionamentos com outras mulheres, transando sem preservativo. A mulher denunciou o caso à Polícia Civil, que investigou a conduta do suspeito nos últimos três meses. "A adolescente falou que, depois de denunciar, poderia viver melhor com a família por receber apoio da família e de amigos da igreja", diz Salomão. Mãe e filha foram encaminhadas para tratamento médico e estão tomando medicamentos contra o HIV. O ex-pastor foi preso na manhã desta quarta (27) no Conic, próximo à rodoviária do Plano Piloto, enquanto revendia roupas a lojas da região. Segundo a Polícia Civil, ele já tinha sido condenado a 12 anos de prisão por outro estupro e dois furtos. O delegado não soube informar se a pena foi cumprida. Os abusos aconteciam durante a tarde, quando a mãe saía de casa para trabalhar. Segundo o delegado, o pai também pedia que o outro filho saísse da residência para não testemunhar o crime. Até as 16h desta quarta, o homem não tinha sido ouvido pela Polícia Civil. O homem deve ser indiciado por estupro de vulnerável, com pena de 8 a 12 anos, e lesão corporal gravíssima, com pena de 2 a 8 anos. Pelo menos duas mulheres podem ter sido infectadas pelo vírus causados da Aids, em relações extraconjugais. Possíveis vítimas ou testemunhas devem denunciar os casos à Polícia Civil ou pelo telefone 180.


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