Morte de garoto brumadense de 11 anos em São Paulo coloca em xeque as funções da Guarda Civil Municipal

  • Daniel Simurro | Brumado Urgente
  • 27 Jun 2016
  • 10:03h

Waldik estava no banco de trás do chevette e não resistiu aos ferimentos (Fotos: Reprodução TV Globo)

O crescimento da violência no Brasil tem feito que pessoas cada vez mais novas entrem para as terríveis estatísticas de vítimas fatais da criminalidade. A banalização da insegurança, a falta de políticas públicas eficazes na área social e o déficit logístico das policiais acabaram contribuindo ainda mais para que o quadro que já era preocupante se tornasse desesperador, já que o ingresso na vida criminosa está acontecendo cada vez mais cedo, onde meninos que deveriam estar na escola para traçar o seu futuro, se enveredam pelas trincheiras do crime, “apadrinhados” pelos profissionais da contravenção, que iludem com muita facilidade as suas presas. Um caso ocorrido neste domingo (26) em Guainazes, Zona Leste de São Paulo deve se tornar um marco trágico desta realidade cruel, que parece incontrolável. Segundo informações colhidas pelo Brumado Urgente, o adolescente de 11 anos de idade que foi vítima de um disparo mortal dado por um guarda municipal de São Paulo poderá se tornar mesmo um “mártir” desta saga nefasta que dilacera as esperanças de milhares de jovens. Waldik Silva Chagas era brumadense e tinha ido com a sua mãe para São Paulo para buscar melhores oportunidades de vida, só que acabou, por ironia do destino, encontrando a morte. Em depoimento à Polícia, a mãe de Waldik, Orlanda Correia Silva, admitiu que o filho andava em más companhias e que estava fazendo de tudo para tirá-lo das ruas, justamente com medo que pudesse acontecer o pior, sendo que o garoto tinha sido de casa no sábado à noite e não tinha voltado. Valdik estava num Chevette prata no banco de trás, quando guardas civis municipais chegaram para fazer uma abordagem, alegando terem recebido uma denúncia de roubo no local e, sem muitos questionamentos dispararam contra a vida do garoto brumadense que veio à óbito ainda no local. O ato trágico foi classificado pelo próprio prefeito de São Paulo, Fernando Haddad como um equívoco, o que gerou rapidamente uma nova onda de contestações sobre a real função da Guarda Civil Municipal, que, segundo a nova lei assinada pela presidente afastada Dilma Rousseff teve mudanças, onde foi autorizado a esses profissionais a atuarem não apenas na segurança patrimonial (de bens, serviços e instalações), mas também na preservação da vida, na proteção da população e no patrulhamento preventivo. Além disso, a lei atende à reivindicação da categoria ao estruturá-la em carreira única, com progressão funcional e ocupação de cargos em comissão somente pelos próprios agentes. Na ocasião, o Ministério Público Federal e os comandantes das Polícias Militares do país contestaram a constitucionalidade da lei. Esse caso do pequeno Waldik pode se tornar emblemático, já que a morte tem caráter de execução para os defensores dos direitos humanos. Infelizmente esse adolescente brumadense estava no lugar errado, na hora errada e foi vítima de uma ação que está sendo considerada errada, então, forçando a redundância fica o questionamento, quem irá pagar por esse erro mortal? 


Comentários

  1. Sílvia

    "Quem irá pagar?? Ninguém!! A morte desse garoto vai entrar para as "estatísticas"!! Assim como o menino Ítalo, a morte de Waldick ficará impune. É como disse a reportagem, o garoto estava com más companhias, no local errado e na hora errada e infelizmente a nossa polícia atira primeiro e depois pergunta! Fato!!"