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Políticos estão na categoria profissional menos confiável para os brasileiros, indica pesquisa

  • Bahia Notícias
  • 06 Dez 2023
  • 17:21h

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Seis em cada dez pessoas no Brasil afirmaram que a categoria política é a menos confiável. Cerca de 66% da população indicou que não possui confiança nos políticos. Outra categoria menos confiável para brasileiros é o grupo formado por ministros e funcionários de gabinete, que obteve 55% de desconfiança, seguidos por banqueiros com 49%. 

Os dados apurados por meio da pesquisa “Ipsos Global Trustworthiness Index 2023”, analisou a percepção dos brasileiros em relação à confiança de categorias profissionais

MAIS CONFIÁVEIS  

Os professores foram os mais confiáveis, segundo os brasileiros, com 64% de taxa de confiança; a média global é de 53%. O Brasil se destaca como o terceiro país que mais confia em seus professores, ficando atrás somente da Indonésia (74%) e Chile (64%). Já Japão (20%), Coreia do Sul (34%) e Polônia (38%) são as nações onde a confiança na categoria de professores é menos expressiva.

No top 3 das profissões mais confiáveis no Brasil também estão os cientistas, com 59%, seguidos pelos médicos com 56% dos brasileiros expressando confiança nessa categoria.

SOBRE A PESQUISA

A pesquisa “Ipsos Global Trustworthiness Index 2023” foi realizada pela Ipsos entre os dias 26 de maio e 9 de junho de 2023 em 31 países. Com uma amostra de 22.816 entrevistados, sendo 1.000 do Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Os países participantes foram África do Sul, Alemanha, Argentina , Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Romênia, Singapura, Suécia, Tailândia e Turquia.

Lula chega a Berlim, onde reforça acordos em diversos setores

  • Bahia Notícias
  • 04 Dez 2023
  • 11:29h

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou, neste domingo (3), em Berlim, na Alemanha, para uma visita de três dias ao país europeu. Ainda hoje, ele participa de um jantar oferecido pelo primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz. Na segunda (4), os dois líderes presidirão uma reunião de alto nível com ministros brasileiros e alemães. 

“Chegada em Berlim para reunião entre o governo alemão e brasileiro, para reforçar nossa parceria e cooperação em muitas áreas - energia, indústria, combate às fake news e transição ecológica. Retomando o diálogo com os alemães que tinha sido abandonado em governos anteriores, uma das maiores e mais avançadas economias do mundo”, escreveu Lula, em publicação nas redes sociais. 

A agenda na Alemanha é ampla, com a expectativa de que sejam assinados uma série de acordos que já vêm sendo discutidos há meses. Os atos são nas áreas de meio ambiente e mudança do clima, agricultura, bioeconomia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, desenvolvimento global, integridade da informação e combate à desinformação. 

Além disso, a Alemanha é um dos países que defendem a assinatura do acordo Mercosul-UE, o que também está na pauta das conversas do presidente Lula. Amanhã (4), Lula tem encontro com o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, com a presidente do Senado, Manuela Schwesig, e com parlamentares da coalizão governista.  

Na sequência, o presidente tem almoço de trabalho com o chanceler Olaf Scholz. À tarde, os dois líderes presidirão a 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível. Na ocasião serão assinados os instrumentos de cooperação entre os dois países. 

 

Parceria

Terceira maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos e da China, a Alemanha é um importante parceiro do Brasil, sobretudo nos campos tecnológico e industrial. Mais de mil empresas alemãs atuam em território brasileiro e, segundo o Banco Central, o país germânico é a oitava maior fonte de investimentos no Brasil. 

O comércio bilateral alcançou US$ 19 bilhões em 2022. Entre janeiro e outubro de 2023, somou US$ 15,9 bilhões. 

Antes da Europa, o presidente brasileiro esteve no Oriente Médio onde participou da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele também cumpriu agendas em Riade, na Arábia Saudita, e em Doha, no Catar. 

A retomada das viagens internacionais ocorre dois meses após Lula se submeter a uma cirurgia para restaurar a articulação do quadril. No retorno ao Brasil, o presidente recepcionará os chefes de Estado do Mercosul, na cúpula que será realizada em 7 de dezembro, no Rio de Janeiro. 

Com informações da Agência Brasil.

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Lula bate martelo sobre indicação ao STF e PGR; anúncio deve ser feito nesta segunda

  • Bahia Notícias
  • 27 Nov 2023
  • 13:14h

Fotos: Valter Campanato/Ag. Brasil e Alejandro Zambrana/TSE

Finalmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá oficializar as suas escolhas para as vagas em aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR). A expectativa é de que o anúncio seja feito nesta segunda-feira (27), antes do embarque do petista para a Arábia Saudita. 

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), será o indicado para o STF no lugar da ex-ministra Rosa Weber e Paulo Gonet para o lugar de Augusto Aras na PGR. Atualmente, a PGR é chefiada interinamente por Elizeta Ramos, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

As escolhas foram confirmadas por Lula a aliados neste domingo (26). A equipe do presidente calcula que os nomes sejam aprovados no Senado antes do recesso parlamentar, com início em 23 de dezembro.

A decisão foi tomada após uma demora inédita de Lula para indicar os nomes, deixando os cargos vagos por mais de 50 dias: Rosa Weber se aposentou em outubro e Aras deixou o cargo no dia 26 de setembro. 

CURRÍCULOS

Dino, 55 anos, nasceu em São Luís e foi juiz federal antes de iniciar uma carreira na política. Foi secretário?geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidente da Associação dos Juízes Federais e assessor da presidência do Supremo.

Foi deputado federal, presidiu a Embratur no governo Dilma Rousseff (PT) e governou o Maranhão por dois mandatos (2015-2022). Em 2022, foi eleito senador, cargo do qual se licenciou para comandar o Ministério da Justiça.

Já Gonet é apoiado pelos ministros do STF, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e consta como um dos favoritos desde o início da disputa pela PGR.

Gonet, 62 anos, ingressou no Ministério Público Federal (MPF) em 1987. Nos anos 1990, criou com Gilmar Mendes o Instituto Brasileiro de Direito Público (IDP). O procurador também foi sócio do escritório de advocacia Sergio Bermudes.

Milei manda carta para Lula, convida para posse e fala em construir laços

  • Por Folhapress | Thaísa Oliveira
  • 27 Nov 2023
  • 06:55h

Fotos: Agência Brasil / Redes Sociais

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Siva (PT) neste domingo (26) em que convida o petista para a posse, e fala em "trabalho frutífero" e "construção de laços".

"Sei que o senhor conhece e valoriza cabalmente o que significa este momento de transição para o processo histórico da Argentina, seu povo, e naturalmente para mim e minha equipe de colaboradores que me acompanharão na próxima gestão do governo", diz Milei.

A carta foi entregue pela futura chanceler da Argentina, Diana Mondino. Mondino se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e os embaixadores dos dois países.

Temer diz que PEC sobre STF não é motivo de conflito e que ao Judiciário cabe julgar

  • Por Folhapress
  • 24 Nov 2023
  • 17:15h

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse nesta sexta-feira (23) que "não há razão para esse conflito que se alardeia" sobre a PEC aprovada pelo Senado e que limita decisões individuais no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele defendeu a versão de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, segundo a qual a proposta que agora será avaliada pela Câmara dos Deputados é importante para garantir a harmonia dos três Poderes.

"Trata-se apenas questão de competência. Ao Judiciário cabe julgar", afirmou. "Agora, o poder político do país está concentrado no Legislativo."

A declaração se deu durante evento na Faculdade de Direito da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo. No evento, Temer e Pacheco receberam a Medalha de Honra ao Mérito Jurídico entregue pelo GCSM, entidade voltada ao universo empresarial, e o Fórum das Américas.

No evento, Pacheco chamou a reação de ministros do STF sobre a PEC que limita decisões individuais na corte de desproporcional e desavisada.

Segundo ele, o Legislativo é o Poder que mais tem legitimidade para representar a população brasileira e a medida teve como única intenção preservar o equilíbrio entre os Poderes.

O evento desta sexta-feira ocorreu logo depois de aumentar a tensão entre o Legislativo e o STF.

Nesta quarta-feira (22) foi aprovada no Senado uma PEC para limitar decisões monocráticas da corte. A proposta foi aprovada com 52 votos a favor, 18 contra e nenhuma abstenção. O texto segue agora para análise na Câmara dos Deputados.

Na quinta-feira (23), o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes criticaram a decisão.

Segundo Barroso, a mudança é desnecessária e não contribui para a institucionalidade do país. O magistrado afirmou que retrocessos democráticos começam com mudanças nas supremas cortes e que antecedentes semelhantes "não são bons".

Gilmar Mendes insinuou que a medida era autoritária, desmedida e inconstitucional. Já o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o aprimoramento das instituições é importante, "mas não quando escondem insinuações, intimidações e ataques à independência do STF".

Depois do posicionamento dos ministros, Pacheco afirmou que a PEC não é retaliação e que não pretendeu criar uma crise institucional entre os Poderes, mas melhorar a Justiça.

Eliminar Banco Central 'é perto do impossível', diz Campos Neto sobre ideia de Milei para a Argentina

  • Por Nathalia Garcia| Folhapress
  • 22 Nov 2023
  • 15:10h

Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (22) que a autoridade monetária é responsável pela supervisão e pela regulação do sistema financeiro e que é "perto do impossível" eliminar essas funções.

Em evento da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, em Brasília, Campos Neto comentou o plano do ultraliberal Javier Milei, presidente eleito da Argentina, de acabar com o BC argentino e dolarizar a economia do país.

"Em relação ao plano de acabar com o Banco Central [na Argentina], a gente precisa entender melhor o que significa isso", disse.

"É óbvio que se tem dolarização, tem uma função do Banco Central que deixa de existir. Mas o Banco Central tem mandato de estabilidade monetária e estabilidade financeira. Isso significa que o Banco Central faz funções de conduta, de supervisão e de regulação do sistema financeiro, que alguém tem que fazer. Não existe sistema financeiro sem ter supervisão, regulação e conduta", acrescentou.

Para Campos Neto, o mais importante é ter uma instituição que funcione e tenha credibilidade. Segundo ele, existe a percepção na Argentina de que o BC do país vizinho foi em parte responsável pela degradação do peso argentino por ter sido usado como instrumento para financiar o governo.

Ele destaca também que o controle de fluxos de recursos internacionais também é feito pelo BC, seja qual for a divisa.

"Eu não consigo ver como eliminar todas essas funções [regulação, supervisão e conduta]. A acho bem perto do impossível", afirmou. "O mais importante não é acabar com o Banco Central, e sim ter um Banco Central que funcione. Não conheço o plano na Argentina."

O ultraliberal Javier Milei foi eleito presidente da Argentina no último domingo (19), superando o candidato governista, o atual ministro da Economia, Sergio Massa.

Um dia depois de ganhar as eleições, Milei confirmou que, além de privatizar "tudo o que possa estar nas mãos do setor privado", fechará o Banco Central e cortará os atuais 18 ministérios para apenas oito.

O chefe da autoridade monetária disse ainda que o episódio no país vizinho serve de lição para o Brasil sobre a importância de um BC autônomo e técnico.

"É uma lição para o Brasil que é importante o Banco Central autônomo, é importante o Banco Central técnico, é importante o Banco Central robusto, com bons funcionários. É importante cumprir e ter credibilidade também no cronograma de metas fiscais para indicar uma trajetória de dívida que seja sustentável."

Bolsonaro diz que 'esperança volta a brilhar', e aliados celebram vitória de Milei

  • Por Nathalia Garcia e Marianna Holanda | Folhapress
  • 20 Nov 2023
  • 12:18h

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) celebrou nas redes sociais a vitória do ultraliberal Javier Milei, eleito presidente da Argentina neste domingo (19), dizendo que "a esperança volta a brilhar na América do Sul".
 

Aliados do ex-chefe do Executivo também parabenizaram o presidente eleito argentino pela conquista e desejaram "sorte", "sucesso" e "força" a Milei.
 

"Parabéns ao povo argentino pela vitória com Milei. A esperança volta a brilhar na América do Sul", escreveu Bolsonaro em sua conta no X (antigo Twitter). "Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós", acrescentou.
 

Membros da oposição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificaram o resultado do pleito como uma vitória da direita e vincularam o peronista e atual ministro da Economia Sergio Massa ao governo petista.
 

O PT e integrantes do governo apoiavam Massa nas eleições, mas o presidente Lula nunca fez uma menção direta ao tema.
 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou no Instagram um vídeo que mostra Milei em festa, com a legenda "Javier Milei é eleito presidente da Argentina".
 

 

Em outra rede social, o filho de Bolsonaro disse ter certeza de que o ultraliberal fará "o melhor pela Argentina" e representa um "passo decisivo rumo à liberdade".
 

"Que Deus ilumine seu caminho na presidência. A Casa Rosada trará desafios gigantescos, mas tenho certeza de que você fará o melhor pela Argentina. Pouco a pouco vamos vencendo a esquerda e o comunismo na América Latina", afirmou Flávio no X.
 

"Que a Argentina seja um exemplo e apenas a primeira de muitas mudanças para melhor no nosso continente. Milei é um passo decisivo rumo à liberdade da América Latina!", continuou.
 

Já o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e ex-ministro de Bolsonaro, afirmou em sua conta que os argentinos rejeitaram "o PT de lá" e falou em avanço da liberdade.
 

"Hoje é dia de autocrítica para a esquerda sul-americana, leia-se PT. A vitória de Milei prova que desprezar o déficit público, cair no populismo, governar para um partido e não para o país tem limite. A Argentina disse não ao PT de lá, tão apoiado pelo PT daqui. A liberdade avança!", escreveu.
 

Carregando post do Twitter
 

A deputada Bia Kicis (PL-DF), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, desejou "sorte, sabedoria e força" para Milei e disse que o Brasil "não conseguiu" atrapalhar dessa vez.
 

"Derrota do Foro de São Paulo. Vitória para a direita. O Brasil tentou atrapalhar, mas dessa vez não conseguiu. Grande dia! Não será fácil com a oposição esquerdista que bem conhecemos, por isso, desejamos sorte, sabedoria e força a Milei", publicou.
 

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi outro que desejou "sorte e sucesso" para o ultraliberal recém-eleito na Argentina e fez uma referência ao futebol. "Argentina ganhou duas Copas do Mundo seguidas. Sorte e sucesso agora para Milei", disse.
 

Após uma ascensão meteórica na política, Milei conseguiu 55,76% dos votos válidos, contra 44,23% do rival com 97,48% das urnas apuradas.
 

A participação dos argentinos foi de 76%, número abaixo dos índices registrados no primeiro turno em outubro (77%) e acima do das eleições primárias em agosto (69%).
 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez uma provocação à primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, ao comentar a vitória de Milei.
 

"Aprende, Brasil. Parabéns Argentina! E chupa essa manga, Janja", escreveu.
 

Mais cedo, Janja havia publicado uma mensagem na qual implicitamente demonstrava seu apoio ao candidato peronista.
 

Na imagem, as personagens Mônica e Mafalda – criadas, respectivamente, pelo brasileiro Maurício de Sousa e pelo cartunista argentino Quino– estão abraçadas. No quadrinho, a protagonista da Turma da Mônica traz uma mensagem de consolo e esperança.
 

Na legenda que acompanha o quadrinho, Janja escreveu "que Massa esse abraço!"
 

Em outro post, Ferreira colocou o ultraliberal argentino no mesmo rol de Bolsonaro e do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
 

"A esquerda destrói o país, depois vem um candidato de direita, arruma a bagunça, perde as eleições e a esquerda retorna ao poder com a casa arrumada. Trump, Bolsonaro e agora Milei. Vamos ver se irá acontecer o mesmo com ele", disse.
 

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, também falou em liberdade e desejou que o exemplo da Argentina seja seguido pelos demais países da América Latina.
 

"Liberdade!!! O pulso ainda pulsa. Viva a Argentina e que seu exemplo em breve seja seguido por toda a América Latina. Milei presidente", afirmou.

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Lula diz que ONU de hoje não vale mais nada e acusa Israel de querer ocupar Gaza

  • Por Renato Machado | Folhapress
  • 15 Nov 2023
  • 07:19h

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (14) Israel por seus ataques à Faixa de Gaza e disse ter a percepção de que o país usa os bombardeios para expulsar os palestinos e, assim, ocupar o território.
 

"É preciso que a ONU convoque alguma coisa especial, porque essa guerra do jeito que vai ela não tem fim. Estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo. Nós temos que garantir a criação do estado Palestino para que eles possam viver em paz junto com o povo judeu", afirmou o presidente.
 

Lula ainda disse ser "inadmissível" que não haja solução para o conflito no Oriente Médio. Também voltou a pedir a reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). "A ONU de 1945 não vale mais nada em 2023", afirmou.
 

O presidente voltou a criticar as ações de Israel na Faixa de Gaza, repetindo que considera "terrorismo" as ações que vitimam mulheres e crianças.
 

"É por isso que eu disse ontem [segunda-feira] que a atitude de Israel com relação às crianças e com relação às mulheres é igual ao terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que está cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro que eu não posso matar as crianças porque eu quero matar os monstros. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças. É simples assim", afirmou.
 

Lula realizou a sua tradicional transmissão semanal na internet, o Conversa com o Presidente.
 

Na noite de segunda-feira (13), o mandatário foi à base aérea para receber o grupo de 32 brasileiros que foi repatriado da Faixa de Gaza, região que é alvo de intenso bombardeio por parte de Israel.
 

A saída aconteceu após grande apreensão e negociação do governo brasileiro com as chancelarias de Israel e do Egito. O grupo atravessou a fronteira de Rafah no domingo (12) e depois foi levado para o Cairo, onde embarcou na aeronave presidencial.
 

Lula acrescentou durante a sua live que é sua responsabilidade continuar procurando brasileiros ou familiares de brasileiros que queiram deixar a zona de conflito, no Oriente Médio.

PT aproveita efeito Lula, cresce para 2024 e filia prefeitos até do PL

  • Por João Pedro Pitombo | Folhapress
  • 13 Nov 2023
  • 11:23h

Foto: Divulgação / PT

De olho nas eleições municipais do próximo ano, o PT abriu as portas para novos filiados, cresceu em número de prefeituras e atraiu para os seus quadros até mesmo prefeitos do PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.
 

Embalado pela vitória de Lula para a Presidência no ano passado, o partido ganhou 51 novos prefeitos por meio de migração partidária, segundo dados dos 26 diretórios estaduais. A legenda saiu de um total de 183 eleitos em 2020 para atuais 234 gestores municipais.
 

Com o vento a favor, o partido começa a deixar para trás o cenário adverso de 2020, quando saiu das urnas com 183 prefeitos, pior desempenho desde 1996. O auge do partido em uma eleição municipal foi em 2012, sob presidência de Dilma Rousseff, quando conquistou 644 prefeituras.
 

O avanço do PT foi puxado pelos estados do Piauí, Ceará e Bahia, todos comandados por governadores petistas. Mas também houve novas filiações pontuais no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul.
 

 

A tendência é que o número de prefeitos petistas cresça até abril de 2024, prazo máximo para novas filiações dos políticos que vão disputar as eleições.
 

"Ao contrário do que acontece nos cargos proporcionais, os prefeitos são donos do próprio mandato, logo podem migrar a qualquer tempo, sem punições. Os custos para migração são baixos", avalia o cientista político Vitor Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí.
 

Ele destaca que existe uma espécie de movimento pendular em direção às siglas aliadas ao presidente, cujo poder de atração é maior nos municípios mais dependentes de recursos federais.
 

Não por acaso, o maior salto em número de prefeituras aconteceu no Piauí, estado governado pelo PT pela quinta vez, mas que estava na oposição ao governo Jair Bolsonaro.
 

Em 2020, a força de Ciro Nogueira junto ao governo ajudou a catapultar o desempenho do PP, que chegou a 83 prefeitos no estado. Agora, após a vitória de Lula, é o PT que começa a crescer: o partido saiu de 22 prefeitos eleitos para os atuais 49 e ainda avalia novos pedidos de filiação.
 

"Há uma disputa pela marca do PT, que é muito forte no nosso estado. Temos municípios em que dois grupos antagônicos pediram filiação ao partido. Chegamos a rejeitar alguns pedidos", afirma João de Deus Sousa, presidente estadual da legenda.
 

O partido adotou como critério a filiação apenas de prefeitos que apoiaram Lula e o governador Rafael Fonteles em 2022. Prefeitos que apoiaram a oposição têm migrado para outros partidos aliados do PT no estado, sobretudo o PSD e o MDB.
 

Na Bahia, maior estado comandado pelo PT, o partido filiou dez novos prefeitos desde a vitória do governador Jerônimo Rodrigues no ano passado, saltando de 32 para 42 gestores municipais.
 

"A procura aumentou após as vitórias de Jerônimo e Lula. Voltou a estar na moda ser PT, por assim dizer. Mas estamos tratando essa questão com tranquilidade e maturidade. A porta não está fechada, nem tampouco escancarada", afirma o presidente estadual do PT, Éden Valadares.
 

Ele diz que o partido foi procurado por cerca de 50 prefeitos com mandato nos últimos meses. Mas a maioria esbarrou no conjunto de critérios definidos pelo partido para avaliar os pedidos de filiação.
 

Os critérios incluem o aval dos diretórios municipais e compromisso de apoiar candidatos a deputado do PT em 2026. Também foram vetados nomes que apoiaram Bolsonaro ou ACM Neto (União Brasil), candidato derrotado ao governo, nas eleições do ano passado.
 

Ainda assim, as novas filiações não ficaram imunes a atritos com aliados. Na cidade de Esplanada, o partido filiou o prefeito Nandinho da Serraria, eleito pelo PSDB, sob fortes críticas do grupo liderado por Alex Lima (PSB), ex-deputado estadual e assessor do governador.
 

"Os que irão amanhã vestir o manto vermelho são aqueles mesmos que pediram a queda da Dilma, a prisão do Lula, a chegada do Bolsonaro ao poder e flertavam com a ditadura. Não tem camisa bonita que embeleze uma alma podre. Nesse caso, no máximo, a camisa apodrece", disparou Lima.
 

O comando do PT minimiza as críticas e alega que é comum que disputas locais ocorram entre partidos da base: "Aí é ter responsabilidade e maturidade de deixar que a disputa local não contagie a aliança estadual", diz Valadares.
 

Dois dos novos prefeitos que se filiaram ao PT na Bahia vieram do PL, partido de Bolsonaro –são eles Romi, da cidade de Planaltino, e Marcelo Emerenciano, de Cocos. Mas ambos não haviam seguido o próprio partido em 2022 e apoiaram Lula nas eleições presidenciais.
 

Marcelo Emerenciano, que é médico e governa um dos polos do agronegócio na Bahia, diz que a mudança do PL para o PT se deu de forma natural.
 

"Nunca escondi que sou simpatizante e votava com o PT. Não tenho alinhamento ideológico com o bolsonarismo. Sou de esquerda", diz o prefeito, que foi um dos articuladores da ida do presidente Lula, em junho, à feira agropecuária Bahia Farm Show.
 

Ele afirma que está confortável no partido e diz não temer a aversão de parcela do agronegócio com os governos petistas. "Quero quebrar preconceitos e ser uma ponte do setor com o partido", diz.
 

No Ceará, o PT cresceu de 18 para 32 prefeitos após a eleição do governador Elmano de Freitas, deve chegar a até 40 até as eleições e tem como meta sair das urnas em 2024 com cerca de 50 prefeitos.
 

Ao menos quatro dos novos prefeitos petistas vieram do PDT, partido que vive uma crise interna que opôs os irmãos Cid e Ciro Gomes e que se divide entre aliados e adversários do governador.
 

Outros três prefeitos vieram do PL: Wilamar Palácio, de Cariús, Marcondes Jucá, de Choró, e Francisco Mendes, conhecido popularmente como Meu Deus, de Santana do Acaraú. Mas o partido também atraiu gestores de siglas aliadas, caso de PSB, MDB e até do PSOL.
 

Também houve avanços pontuais do partido fora do Nordeste. Em Mato Grosso do Sul, o partido voltou a ter um prefeito após sete anos: João Alfredo Danieze, da cidade de Ribas do Rio Pardo, trocou o PSOL pelo PT em busca de um partido mais robusto para tentar a reeleição.
 

No Rio de Janeiro, o partido filiou a prefeita de Japeri, Fernanda Ontiveros, que era do PDT e agora tem duas prefeituras no estado. A meta para 2024 é eleger ao menos dez prefeitos.
 

Mesmo em redutos bolsonaristas, o clima é de otimismo. É o caso de Santa Catarina, onde o partido conseguiu manter os 12 prefeitos, ampliou o número de diretórios e deve multiplicar as candidaturas no próximo ano.
 

"Não somos mais vistos como um partido que está apenas marcando posição, nos tornamos uma alternativa de poder", afirma Décio Lima, presidente estadual do PT e candidato a governador derrotado no segundo turno em 2022.

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Lula retoma busca por PGR e tem encontro com novo cotado

  • Por Julia Chaib | Folhapress
  • 07 Nov 2023
  • 07:09h

Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou a busca pelo próximo procurador-geral da República e teve um encontro com um cotado à vaga na semana passada.
 

O petista se reuniu com o procurador Aurélio Rios na última sexta-feira (3) no Palácio do Planalto. O procurador conta com apoio de integrantes de movimentos de esquerda.
 

Em setembro, Lula teve encontros com os procuradores Paulo Gonet e Antonio Bigonha. O primeiro tem o apoio dos ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do ministro Flávio Dino (Justiça). Já o segundo tem amplo apoio dentro do PT.
 

O presidente, porém, indicou não ter ficado plenamente satisfeito com nenhuma das conversas. Por isso, pediu a aliados que indicassem novos nomes. A expectativa é que Lula se encontra também com o procurador Luiz Augusto dos Santos Lima, também apontado para a vaga.
 

Lula tem dito a aliados querer decidir logo tanto quem será o substituto de Augusto Aras na PGR como quem será o próximo ministro do STF na vaga deixada pela ministra Rosa Weber, que se aposentou em outubro.
 

A expectativa entre pessoas próximas é que ele tome as decisões na semana que vem.
 

Como mostrou a Folha, a indicação do presidente para a chefia da PGR tem demora inédita em mais de 30 anos.
 

Depois que Aras deixou o cargo, em setembro, o comando do Ministério Público Federal foi assumido de forma interina pela subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

STF investiga família de deputado por suposta lavagem de dinheiro após pedido da CPI da Covid

  • Por José Marques | Folhapress
  • 06 Nov 2023
  • 08:00h

Foto: Câmara dos Deputados/Bahia Notícias

Um desdobramento da CPI da Covid resultou na abertura no STF (Supremo Tribunal Federal) de um inquérito sobre suspeitas de lavagem de dinheiro e de corrupção passiva envolvendo o deputado federal Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM).
 

Os autos foram distribuídos no dia 30 de outubro para o ministro Dias Toffoli e colocados sob segredo de Justiça.
 

A investigação, que inicialmente tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça), foi aberta a partir de solicitação de Omar Aziz (PSD-AM), senador que em 2021 presidiu a CPI da Covid.
 

À PF Aziz levantou desconfiança sobre suposto favorecimento da conselheira do TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado do Amazonas) Yara Amazônia Lins Rodrigues a empresas que atuaram na saúde do Amazonas durante a pandemia em troca de vantagens indevidas.
 

 

Yara, que tem foro no STJ, é a principal investigada, mas o caso avançou sobre seus familiares. Um deles é o seu filho, Fausto Santos Jr., que tomou posse na Câmara dos Deputados neste ano.
 

O deputado foi associado às suspeitas relacionadas a Yara após informações de relatórios financeiros do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontarem movimentações suspeitas em sua conta.
 

A determinação para que o inquérito fosse transferido para o STF foi do ministro do STJ Antonio Carlos Ferreira, que atendeu em 5 de outubro a um pedido do Ministério Público Federal.
 

"Os indícios evidenciam o conluio de familiares da Conselheira investigada para a ocultação e dissimulação dos valores obtidos com a prática criminosa (lavagem de capitais), mormente a participação relevante de Fausto Vieira dos Santos Júnior", disse o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos no pedido ao STJ.
 

Procurado pela Folha, o deputado Fausto Santos Jr. afirmou em nota que "não existem indícios de crime, mas sim o de uma possível perseguição política" à luz do contexto em que se encontrava na época.
 

Nos autos, Yara também nega ter cometido qualquer irregularidade e diz que a investigação usa provas ilícitas.
 

Fausto Santos Jr. era deputado estadual antes de se eleger à Câmara. Em 2020, ele foi relator da CPI da Saúde na Assembleia do Amazonas, após o estado passar por um colapso em sua saúde pública.
 

No ano seguinte, ele foi chamado para depor na CPI da Covid no Senado. Na ocasião, os principais senadores da comissão quiseram saber o motivo de ele não ter pedido o indiciamento do governador do estado, Wilson Lima.
 

Após esse episódio, Aziz protocolou o pedido de investigação contra Yara. Ele disse que "causou muita surpresa em todos os senadores integrantes da CPI da Covid" o governador ser poupado e enviou à PF informações que, em sua visão, apontavam sinais de enriquecimento incompatível com os ganhos de Yara, mãe do deputado.
 

O senador então anexou documentos sobre imóveis e veículos de luxo que seriam, segundo ele, usados pela conselheira e por seus familiares e que não estavam registrados em seus nomes.
 

Aziz pediu ainda investigação sobre a relação da conselheira com empresas que prestaram serviços de saúde para o estado de 2018 a 2021.
 

Com autorização do STJ, a Polícia Federal passou a investigar as suspeitas dos crimes de lavagem de dinheiro, de advocacia administrativa e de corrupção passiva.
 

"Os fatos noticiados são suficientes para justificar a instauração de inquérito, pois demonstram, em tese, a possibilidade da ocorrência de infrações penais", disse o ministro Jorge Mussi, ao decidir pela instauração do inquérito.
 

"No presente caso, a notícia-crime e os documentos que a instruem indicam que há razoável suspeita de que o patrimônio da Conselheira Yara Lins e de seus familiares seria incompatível com seus ganhos lícitos, e de que se utilizariam de bens registrados em nome de terceiros para ocultar a sua verdadeira propriedade." Mussi se aposentou em janeiro deste ano e foi substituído na relatoria por Antonio Carlos.
 

Foram juntados relatórios do Coaf sobre a conselheira e seus familiares à investigação.
 

Sobre Fausto, o órgão identificou que o então deputado estadual fez movimentações suspeitas em abril de 2020, com "quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada ou de conta que acolha depósito inusitado".
 

Além disso, um dos veículos que foram fotografados em frente à residência da conselheira pertence a uma das empresas na qual houve suspeita de favorecimento.
 

DEPUTADO VÊ PERSEGUIÇÃO E DIZ QUE APRESENTARÁ EVIDÊNCIAS DE PATRIMÔNIO
 

Por meio de nota, o deputado federal Fausto Santos Jr. afirma que há perseguição política e que a "mera distribuição [ao STF] por conta de competência originária não demonstra nada em termos de culpabilidade".
 

"À Justiça estou disposto a apresentar todas as documentações e evidências necessárias de forma transparente para comprovar a compatibilidade de nossos rendimentos com nosso patrimônio", afirma ele.
 

"Todas as pessoas do Amazonas e do Brasil que acompanharam a sessão da CPI do Senado, na qual participei, sabem verdadeiramente o que aconteceu e do que estou falando", disse Fausto.
 

Procurada, a defesa de Yara não respondeu ao pedido de manifestação feito pela reportagem.
 

Nos autos, sua advogada Vera Carla Nelson Cruz Silveira afirmou que, em relação às movimentações financeiras da conselheira e de seu filho, o Coaf apenas ressalva "que o saldo negativo na compatibilização patrimonial deste último não restou justificada documentalmente".
 

"Entretanto, não deixou de reconhecer que a diferença detectada proveio de transferência bancária originada de conta bancária exatamente de sua genitora", diz a defesa.
 

Além disso, afirma que Aziz usou provas ilegais —dados sigilosos do IPTU— ao pedir a investigação para a PF e que, mesmo assim, as informações não apontam irregularidades. Segundo os advogados, não houve favorecimento da conselheira às empresas mencionadas na investigação.

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Câmara dos EUA rejeita cassação do deputado republicano filho de brasileiros

  • Por Fernanda Perrin | Folhapress
  • 02 Nov 2023
  • 07:11h

Foto: Reprodução /Bahia Notícias

A Câmara dos Deputados dos EUA rejeitou nesta quarta-feira (1º) a cassação do mandato de George Santos, deputado republicano filho de brasileiros. O placar foi de 213 votos contrários e 179 favoráveis à perda de mandato.
 

O pedido foi apresentado pelos colegas de bancada de Santos de Nova York, citando as 23 acusações criminais apresentadas contra o político e as inconsistências em sua biografia. Prevaleceu, porém, a posição de que a Câmara deve esperar o avanço das investigações do Comitê de Ética e seu julgamento pela Justiça antes de analisar uma expulsão.
 

No cálculo político, pesou também a vantagem apertada de republicanos na Casa, de apenas nove votos —que cairia para oito com a cassação de Santos— e o risco de perder o distrito representado por ele para um adversário democrata.
 

 

Para expulsar um membro, dois terços dos deputados presentes e votantes devem apoiar a medida. Em toda a história, apenas cinco deputados sofreram essa punição —a última vez foi em 2002, quando o democrata James A. Traficant perdeu seu mandato.
 

O presidente da Câmara, Mark Johnson, estava entre os que se opuseram à ação, defendendo que uma análise deve ser feita apenas após uma sentença. O julgamento de Santos está marcado para setembro do ano que vem.
 

Ao se defender, Santos argumentou que os colegas deveriam esperar o término de seu processo na Justiça, e disse que lutaria "com unhas e dentes" para limpar seu nome "diante do mundo".
 

Já o republicano Anthony D’Esposito, um dos autores do pedido, afirmou que Santos era "uma mancha nessa instituição" e que não estava apto a representar sua base na Câmara dos Deputados.
 

As acusações criminais contra Santos vão de fraude e lavagem de dinheiro a conspiração para cometer crimes contra os EUA e roubo de identidade. Na semana passada, em uma audiência diante do tribunal federal em que seu processo corre, ele se declarou inocente.
 

O pedido de cassação rejeitado afirma que Santos roubou mais de US$ 44 mil (cerca de R$ 220 mil na cotação atual) de doadores de campanha por meio de cartões de crédito, e que usou o dinheiro obtido por vias fraudulentas para "comprar itens de luxo e pagar dívidas pessoais".
 

São mencionados também um processo contra um antigo assessor do republicano por fraude e roubo de identidade do chefe de gabinete do ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy, e outro por falsificação de prestação de contas de campanha, no qual o tesoureiro responsável já se declarou culpado.
 

Os deputados dizem ainda que Santos "tem um longo histórico de distorcer suas próprias conexões e as de sua família em relação a eventos importantes, incluindo o Holocausto, os ataques terroristas de 11 de setembro e o tiroteio na boate Pulse". O republicano é acusado também de enganar os eleitores em relação à sua biografia.
 

No Brasil, Santos fez um acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro em um processo de estelionato. Ele confessou o uso de cheques sem fundos que haviam sido furtados de um idoso e fez um acordo para extinguir o processo, concordando com o pagamento de R$ 10 mil a uma instituição de caridade e R$ 14 mil à vítima, o dono de uma loja de sapatos.
 

Esta foi a segunda tentativa de expulsar Santos da Câmara. Em maio, uma iniciativa dos democratas fracassou, após os republicanos conseguirem aprovar uma moção para que o caso fosse remetido ao Comitê de Ética.
 

Nesta semana, o colegiado emitiu um comunicado inusual sobre o andamento das investigações sobre o deputado, prometendo divulgar seus resultados em 17 de novembro —uma ação entendida como uma forma de convencer o plenário a aguardar a conclusão dos seus trabalhos antes de decidir pela expulsão de Santos.
 

Santos foi eleito para a Câmara em novembro do ano passado para representar o terceiro distrito de Nova York, que abrange partes de Long Island e o Queens, com um discurso centrado em segurança pública e pautas morais.
 

Após o pleito, o jornal The New York Times revelou que o político mentiu sobre diversos aspectos de sua vida para atrair eleitores —do currículo acadêmico e profissional às fontes de renda e origens familiares.
 

Santos disse, por exemplo, ter diplomas da Universidade de Nova York e do Baruch College, apesar de nenhuma das instituições ter registros seus, e alegou ter trabalhado nos grupos financeiros Goldman Sachs e no Citigroup, o que também não foi comprovado.

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Ex-senador Telmário Mota é alvo de operação por suspeita de mandar matar a mãe da própria filha

  • Bahia Notícias
  • 30 Out 2023
  • 16:06h

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O ex-senador Telmário Mota é alvo de uma operação da Polícia Civil de Roraima por ser suspeito de tentar matar sua antiga companheira Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, mãe de uma filha dele que, no ano passado, o acusou de estupro. 

 

A operação ainda busca prender outros envolvidos no caso. A vítima foi assassinada com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro, após sair de casa para trabalhar, na zona Oeste de Boa Vista, capital de Roraima. 

 

Segundo publicação do G1, a Polícia Civil apontou que o ex-senador está em Brasília, onde policiais tentam localizá-lo.

 

Na manhã desta segunda-feira (30), a operação cumpre três mandados de prisão e sete de buscas e apreensão, e tem o apoio da Polícia Militar, Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

 

O sobrinho do senador, identificado como Harrison Nei Correa Mota, conhecido como "Ney Mentira" também é alvo da operação. 

 

Leandro Luz da Conceição é o suspeito de ser um dos executores do assassinato, o Leandro Luz da Conceição. Já outro suspeito é investigado também por latrocínio de uma empresária, em dezembro de 2019. 

 

Segundo documentos obtidos pela Rede Amazônica Telmário Mota deu ordem para  o sobrinho ser o responsável pela execução do crime.

 

Investigadores indicaram que a moto usada pelos assassinos no dia do crime foi comprada pelo sobrinho do ex-senador.A polícia disse que o veículo foi adquirido por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e com documentação irregular.

 

A assessora do ex-senador também envolvida no caso foi vista entregando a moto aos assassinos um dia antes do crime. A Polícia Civil possui uma imagem dela pilotando a moto. Telmário ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Avanço do centrão sobre cargos e verbas gera queixas entre aliados de Lula

  • Por Mateus Vargas | Folhapress
  • 30 Out 2023
  • 12:10h

Foto: Reprodução /Bahia Notícias

O avanço de partidos do centrão sobre cargos do governo federal e sobre o Orçamento tem gerado críticas entre aliados do presidente Lula (PT).
 

Na semana passada, Lula entregou o comando da Caixa Econômica Federal ao servidor de carreira Carlos Vieira, que foi indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ainda assim, partidos cobram mais verba e cargos.
 

A pressão do centrão ocorre no momento em que o governo busca garantir apoio no Congresso, sobretudo para a aprovação de pautas econômicas.
 

O próprio Lula reconheceu que fez um acordo com PP e Republicanos para a entrada dessas siglas no governo. Ele afirmou que "precisava desses votos" no Legislativo.
 

 

"Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos, acho que é direito deles, que gostariam de ter espaço com governo, indicar uma pessoa [Vieira, indicado por Lira] que esteve na Caixa, já foi da Caixa, já esteve no governo da Dilma, já foi do Ministério das Cidades, uma pessoa que tem currículo para isso. E eles juntos têm mais de 100 votos, eu precisava desses votos para continuar o governo", disse na sexta-feira (27).
 

No mesmo dia, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou a mobilização de parlamentares para controlar fatias ainda maiores do Orçamento. A deputada afirmou, nas redes sociais, que propostas para o governo pagar mais emendas "servem para atender apenas interesses políticos insaciáveis".
 

"No momento que o país precisa direcionar investimentos para o crescimento e políticas públicas estruturantes, deputados querem obrigar o governo a pagar emendas de comissões permanentes. É mais uma intervenção indevida na aplicação do Orçamento da União", escreveu Gleisi na plataforma X, o antigo Twitter.
 

A deputada criticava discussões no Congresso para tornar impositiva a execução das emendas de comissões, ou seja, obrigar o governo a pagar uma verba que corresponde a R$ 7,5 bilhões em 2023. Se for aprovada, essa mudança reduz o controle do governo Lula sobre a execução do Orçamento de 2024, ano de eleições municipais.
 

A cúpula do Congresso ainda avalia outros caminhos para ditar o ritmo da liberação das emendas e amarrar a execução da verba aos seus interesses, desidratando ainda mais o poder do governo.
 

Como mostrou a Folha, o Palácio do Planalto busca formas de manter a influência sobre o destino desses recursos. As conversas caminham para um aumento no valor reservado para emendas do próximo ano, mas preservando o poder do governo sobre essa cifra.
 

Ao se manifestar sobre a própria saída do cargo de presidente da Caixa (para entregar o comando do banco ao centrão), Rita Serrano agradeceu a Lula pelo convite para integrar o governo, mas disse nas redes sociais que é "necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política".
 

Rita Serrano ainda afirmou que espera deixar como legado "a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia".
 

A mudança na Caixa também gerou crítica entre apoiadores de Lula em movimentos sociais e entidades ligadas a trabalhadores.
 

"A companheira Rita Serrano vinha fazendo um excelente trabalho na Caixa. Infelizmente, perdemos um dos maiores instrumentos de implementação de políticas públicas para o centrão", disse o coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, nas redes sociais.
 

"Precisamos melhorar a nossa correlação de forças no Congresso Nacional elegendo parlamentares de esquerda, progressistas e desenvolvimentistas que não deixem governos reféns dessas chantagens", escreveu Bacelar.
 

Em nota, a Fenag (Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal) disse lamentar a saída de Rita Serrano. A entidade disse que ela havia sofrido ataques e "travou uma batalha ferrenha" no cargo, "mas não resistiu".
 

A presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira, também criticou a troca no comando do banco.
 

"Não vamos aceitar que a política do governo passado seja implementada na empresa, como o desmonte da empresa e da sua função de banco público. Nem retrocessos na política da gestão de pessoas", disse ela, em nota publicada pela entidade.
 

Apesar de ter criticado a relação do centrão com Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, Lula aliou-se ao mesmo grupo e tem repetido a entrega de cargos e verbas públicas em troca de apoio para votações no Legislativo.
 

"Eu não fiz negociação com o centrão, eu não converso com o centrão, vocês nunca me viram fazer reunião com o centrão. Eu só converso com partidos políticos que estão aí legalizados, que elegeram bancadas. Portanto com eles é que eu tenho que conversar, para estabelecer um acordo", disse Lula na semana passada.
 

A base do governo no Congresso é frágil. Recentemente, o Senado chegou a rejeitar a indicação de Igor Roque para o comando da DPU (Defensoria Pública da União).
 

Nas horas seguintes à troca na Caixa, porém, a Câmara destravou a votação da proposta de taxação de offshores e de fundos de super-ricos.
 

As mudanças na Caixa e em ministérios para acomodar aliados do centrão ainda reduziram a presença de mulheres em cargos de primeiro escalão.
 

Lula culpou os partidos pela redução da presença feminina no Executivo. "Quando um partido político tem que indicar uma pessoa e não tem mulher, eu não posso fazer nada", disse o presidente na última semana.

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Bolsonaro ainda tem "esperança” de Ricardo Salles ser candidato pelo PL em 2024

  • Bahia Notícias
  • 30 Out 2023
  • 11:15h

Foto: Reprodução / Brasil de Fato

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e alguns deputados da sigla têm atuado como espécie de “bombeiros” na relação do deputado federal, Ricardo Salles (PL) com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

O grupo tenta uma reconciliação do ex-ministro do Meio Ambiente, que quer disputar a Prefeitura de São Paulo, com o presidente nacional do partido. As informações são da coluna de Paulo Capelli, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

Caso haja bandeira branca entre ambos, Bolsonaro avalia que Salles poderá sair candidato até mesmo pelo PL, sem necessidade de mudar de partido. As chances seriam pequenas, mas existem.

Um dos entusiastas da candidatura de Salles pelo PL é o deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança. Conhecido como “Príncipe”, ele mantém ótima relação com o ex-ministro e com Valdemar.

Porém, no momento, o dirigente tem se mostrado favorável a apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).